
O prefeito de Dourados, Marçal Filho, e o titular da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), Weibe Tabeba, conduzirão neste sábado (9), às 11h, na Aldeia a solenidade de inauguração do 1º Samu Indígena do Brasil. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, chegou a confirmar a agenda em Dourados neste sábado, onde faria às 9h uma visita técnica às obras do Hospital Regional na saída para Ponta Porã, seguindo para a solenidade de inauguração do Samu e, por último, passando pelo HU-UFGD, mas nessa quinta-feira o Ministério da Saúde anunciou oficialmente o cancelamento da agenda.
O Samu Indígena é uma iniciativa inédita no país voltada ao atendimento de urgência e emergência em áreas indígenas. O projeto, idealizado pelo governo federal, através da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde e pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), ambas do Ministério da Saúde, com acompanhamento do Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul (Dsei-MS), será piloto para o Brasil e servirá de referência para a implantação do Samu em outras Reservas Indígenas.
Na abertura da solenidade deste sábado, haverá apresentações culturais das Rezadeiras da Reserva Indígena e do Grupo Terena, que vão apresentar a dança indígena “Nanzopune”, que significa “Meu Sonho”. Lideranças das três etnias – Guarani, Caiuás e Terena – foram convidadas para participar desse momento importante para a Reserva Indígena de Dourados.
Toda solenidade será realizada na base do Samu Indígena, instalada em área anexa ao Hospital Indígena Porta da Esperança, na Aldeia Jaguapiru, administrado pela Missão Evangélica Caiuá. A localização foi escolhida estrategicamente para garantir agilidade no atendimento às aldeias Jaguapiru e Bororó, que juntas formam a maior reserva indígena urbana do país. “É um marco para a saúde indígena”, enfatiza o prefeito Marçal Filho, principal incentivador da ativação do Samu e responsável pelo suporte estrutural que possibilitou a implantação do serviço. “Dourados está saindo na frente ao oferecer um atendimento mais ágil e respeitoso às especificidades culturais da nossa população indígena”, ressalta o prefeito.
O serviço será integrado à Central de Regulação do Samu convencional e atenderá por meio do telefone 192. O coordenador regional do Samu, médico Otávio Miguel Liston, explica que a equipe atuará em regime de plantão, com 14 profissionais, entre motoristas, técnicos de enfermagem e enfermeiros, em contato direto com o médico regulador. Todos os motoristas serão indígenas da própria comunidade, o que segundo Liston, garantirá uma resposta mais rápida às ocorrências. A equipe de enfermagem também contará com indígenas. O atendimento seguirá os mesmos protocolos do Samu convencional. Após a avaliação inicial (anamnese), a equipe definirá o destino mais adequado para o paciente, que poderá ser o Hospital da Missão, a UPA ou hospitais da cidade, conforme a gravidade do caso. A iniciativa representa um avanço importante na política de atenção à saúde indígena e reforça o compromisso do município e dos governos estadual e federal com o atendimento inclusivo.